
Pranayamas é uma palavra sânscrita, e são técnicas respiratórias muito conhecidas e praticadas no Yoga.
Mas muitas pessoas, mesmo sem terem ido a uma aula de Yoga, certamente já conhecem uma ou outra técnica mais básica, pois estas técnicas podem também ser praticadas de forma isolada ou em conjunto com a prática de meditação.
Continue a ler para descobrir mais sobre este tema e ainda como praticar uma destas técnicas respiratórias.
O QUE SIGNIFICA PRANAYAMA
Prana é a força Vital, a fonte da Vida. É uma energia que pode ser sentida no seu corpo de variadas formas, como por exemplo através da sensação de um formigueiro, calor, arrepios, frescura, etc.
Quando o Prana flui completa e livremente por todo o seu corpo, não há bloqueios, doenças ou desequilíbrios. Pelo contrário, dessa forma, é possível ter uma ótima sensação de bem-estar e felicidade, que no Yoga é considerado como sendo o estado natural e verdadeiro de todos os seres humanos.
A palavra Pranayama pode ser traduzida de duas maneiras diferentes:
Pran + Ayama – que significa a expansão da força da Vida;
Prana + Yama – que significa a canalização da força da Vida;
Dá-se este nome às técnicas respiratórias porque o Prana está diretamente ligado à respiração. Esta é uma ferramenta fundamental na regulação, canalização, fluidez e expansão do Prana por todo o corpo.

Apesar de os Pranayamas estarem mais associados à canalização e expansão de Prana, qualquer uma das técnicas de Yoga ajuda no processo de espalhar esta fonte da Vida não só por todo o corpo, mas também a nível vibracional do nosso Ser.
Num dos livros mais conhecidos sobre o Yoga, Hatha Yoga Pradipika, a função dos Pranayamas é assim descrita:
“Quando a respiração é irregular, a mente oscila. Quando a respiração é constante, a mente também é estável.
Para adquirir estabilidade, o *Yogui deve controlar a sua respiração.
Enquanto flui a respiração no corpo, flui vida. Quando a respiração se vai, a vida também se vai, portanto, o controle da respiração prolonga a vida.”
*Yogui é um praticante de Yoga.
A IMPORTÂNCIA DE PRATICAR TÉCNICAS RESPIRATÓRIAS
Praticar regularmente Pranayamas pode influenciar de forma bastante positiva os diversos sistemas do seu corpo.
Veja de seguida alguns exemplos ou explicações de como estas técnicas podem afetar direta ou indiretamente o funcionamento do seu organismo.
Sistema digestivo: ao encher os pulmões com ar, vai naturalmente existir uma massagem interna aos seus órgãos digestivos e isso vai fazer com que eles sejam limpos, purificados e funcionem corretamente.

Sistema imunológico: quando o baço é massajado naturalmente através do processo da respiração, também o seu desempenho é melhorado. Ele é constituído por tecido linfático e glóbulos brancos, que são essenciais para a resposta imunológica.
Para além disso, quando a funcionar da forma correta, contribui para a redução do stress, ativando o sistema nervoso parassimpático (responsável por reforçar as defesas do organismo).

Sistema nervoso: entre outros, a prática de técnicas respiratórias regula o fluxo de sangue no cérebro, equilibrando assim o Sistema Nervoso Central.
E ainda, no que diz respeito a este sistema, esta ferramenta vai trazê-la para o momento presente, proporcionando-lhe calma, foco, clareza e o equilíbrio do seu sistema nervoso.

Sistema circulatório: A quantidade de dióxido de carbono que os pulmões conseguem expulsar vai afetar o quanto o corpo irá conseguir eliminar toxinas do sistema circulatório. Isto porque usar a capacidade completa dos pulmões impede que as toxinas se acumulem no sangue, evitando assim que determinadas doenças surjam.

Sistema respiratório: estando a falar de técnicas respiratórias, é lógico que existem vários benefícios a nível do sistema respiratório.
No entanto, um dos principais benefícios que determinadas técnicas respiratórias têm sobre o sistema respiratório, é a limpeza dos pulmões até à base, evitando certas doenças respiratórias.
Para além disso, também todos os músculos que fazem parte deste sistema são fortalecidos.

APRENDA A PRATICAR UM PRANAYAMA
Existem imensos Pranayamas, por isso seria impossível descrevê-los todos aqui. No entanto, deixo aqui a explicação e outros detalhes de como praticar aquele que eu considero ser a base para qualquer um dos outros que existem.
Dirgha Pranayama – Respiração Yoguica completa
Esta é a combinação de três respirações básicas que podem ser praticadas individualmente. Quando praticadas em conjunto, toda a capacidade dos pulmões é utilizada (zona inferior, média e alta dos pulmões).
Este Pranayama é praticado de forma continua e consciente, mas sem que haja demasiado controle de forma a criar tensões ou algo antinatural.
Orientação:
– Sente-se ou deita-se virada para cima, numa postura confortável;
– Inspire pelo nariz, enchendo os pulmões por completo, começando por expandir a zona abdominal, zona intercostal e zona clavicular;
– Ao expirar, também pelo nariz, esvazie os pulmões pelo sentido inverso, começando por recolher peito, depois costelas e por fim abdómen;
– Repita este ciclo respiratório várias vezes e observe as várias sensações que vão surgindo;

Benefícios:
– Ativa a resposta de relaxamento;
– Massaja os órgãos digestivos;
– Proporciona uma massagem suplementar ao músculo do coração;
– Massaja a glândula timo;
– Massaja rins e glândulas supra-renais;
– Cria espaço para o movimento do diafragma;
– Aumenta o fluxo de ar na parte inferior dos pulmões, limpando-os;
– Alonga e fortalece os músculos intercostais;
– Auxilia na circulação de líquidos por todo o corpo;
– Liberta a tensão dos ombros e pescoço;
Esta é uma das técnicas respiratórias que eu mais uso na minha prática e com as minhas alunas nas aulas.
No entanto, também já referi no início deste artigo, que elas podem ser praticadas isoladamente, a qualquer hora do dia, ou ainda incluídas na prática de meditação.